terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Lição de Vida

    Desde muito cedo eu aprendi o valor da solidariedade, quando minha mãe me mandou aos cinco anos de idade, mais ou menos, me dirigir a um Senhor, já idoso, mal vestido e sujo que se aproximava da nossa calçada causando espanto nas nossas vizinhas que guardavam assustadas as suas cadeiras. 
      Minha mãe mandou que eu lhe perguntasse se ele queria comer alguma coisa? E seus olhos de fome me disseram que sim. Quando lhe entreguei o prato de comida, que ele nem teve coragem de pedir,ele comeu com toda a energia que lhe restava na esperança de abandonar seu estado de desespero.
     Ao saciar suas necessidades vitais de comer e beber, me agradeceu profetizando maravilhas na minha vida, bençãos essas que se cumpriram no futuro e que até  hoje vejo acontecer.
       Um dia eu ouvi dizer que alguém que não vive pra servir não serve pra viver. Encaro isso como verdade.
        Com o passar do tempo eu descobri que o mínimo que se faz por alguém pode ser tudo que ele necessita naquele momento. um olhar pode salvar ou condenar uma alma.
       Um menino branquelo um dia me ensinou que o que se pode oferecer de melhor a alguém é o carinho.
     Qualquer um é capaz de matar a fome e o frio de alguém mesmo que desconhecido, mas a fome de amor e o frio da alma só alguém que ama sem medo e sem reservas é capaz de se ariscar.
      Se um dia me perguntarem o que quero levar da vida direi que nada, nem mesmo o que sei. Pois o que sei só me serve se eu repassar pra alguém. Que nada fique só comigo. Reservas costumam apodrecer mais rápido.
     Não há prazer maior em amar sem toque, só com o olhar e ver esse amor mudar uma vida... A aventura suprema da vida não consiste em viagens, matas a serem desbravadas, voos ou riscos, consiste em deixar-se descobrir pelo outro e viver o inesperado que é a essência do ser humano.

Yane Cordeiro
06.01.14

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