sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Morte



Meu jeito não é sombrio
Minha face é bela
Vivo e trabalho por mim
Por nós e por você
Meu dom é a paciência
Meu som é o silencio
Meu lugar é o mundo
O adeus é meu grito de anunciação
E meu vício, a dor
Sou a certeza exata
Sou a vingança do novo
Sou a parcela do frágil
repousada em consolo
Sou a hora chegada
Mais um passo na neve
Mais uma lágrima na face
Mais um véu na prece
Me aguarda de boca aberta
em apartamentos, esquinas e calçadas
Me clamam em leitos doídos
Em orações por hora disfarçadas
Não ouço chamado nenhum
Só obedeço ao tempo
Ando por todo lugar
Sou alívio e tormento
Há meia noite sou anjo
Sob a lua sou bruxa
Sou a sorte de quem sobre
E o azar de quem luxa
Mesmo já muito descrita
Olhos não querem me ver
Recusam a minha existência
Tentando sobreviver
Eu apenas lamento mais vou chegar a você.

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