Brasilidade

De que vale?
Um cabelo liso
E ideias cacheadas?

De que vale
Um pele alva
E uma alma escurecida de rancor?

De que serve
Um corpo esbelto
E uma força flácida?

A tua cultura domina
E constantemente se dissemina
Mas em nós em nada acresce

Não quero negar teu valor
Tão pouco me sobressair
Mas sei o valor que tenho em existir

Sou mais do que índio
Sou mais do que negro
Mais do que branco
Português, japonês ou italiano

Sou um todo de tudo
Eu sou brasileiro!

À elas...

Poeminha à Cristina e  à Mariana

minhas best de faculdade.

Um dia era nada

e o nada se fez

e virou laços

que nos amarraram

Agora já frouxos

nos trazem saudades

mas nunca se partem

sendo sempre um só

O trio de efeitos

que disse Tatit 

O trio que foi feito

por nós inda alí

E agora sem jeito

rabisco em verso

e no mesmo confesso

que com vocês aprendi...

Yane Cordeiro

22.04.14

Poema inacabado

Hoje vasculhando o blog encontrei

 o rascunho de um poema inacabado, 

 dei-lhe mais três linhas e compartilho-o com você.

Senti saudade outra vez

lembrei de tempos distantes

quando tudo era bastante

mesmo que fosse nada.

Sofri mais uma vez

quando li o velho poema

lembrei do telefonema

e me forcei a esquecer.

Lembrei daquele seu cheiro

então vieram as lágrimas

resolvi te escrever uma carta

que virou esse poema.

Entre linhas

Como te dizer onde pisar?
Como te mostrar o caminho?
Como dizer para ir ou ficar?
Não sou nada mais que uma mensagem num livro...
De um livro que nem é sagrado...
De um desses livros rasgados,
Uma página qualquer sem muito valor,
mas que minhas entrelinhas
respondem sua charada.
Então sabiamente me leia antes de escolher.

revistaraiz.uol.com.br

Que seja normal o estranho 

e mais que estranho o normal. 

Que o dual sentido do perfeito 

não encontre espaço 

Ainda que no infinito. 

Que todo homem seja pleno 

em sua humanidade. 

E que assim sendo 

se disponha sempre a errar. 

Que a pedra por ti desviada 

não faça o outro tropeçar. 

Mas que antes enxergues tua falhar 

para em seguida a concertar. 

Que o eterno dure muito, 

e que o inconstante seja também frenético. 

Para que assim a angústia passe rápido 

como tudo que não tem espaço para durar. 

E por fim que a utopia tenha sempre 

vaga preferencial na mente dos louco. 

e que esses façam o mundo. 

Yane Cordeiro

Más já?

Já foi o ano

Já foi o pano

Já foi o dano

Já terminou.

Já foi a hora

Já foi demora

Já foi senhora

Já se cansou.

Já levantou

Veio e sentou

‘inda demorou

E resolveu sair.

Já é a sobra

Já fez a dobra

Já virou obra

E enfim taí.

Yane Cordeiro.

Um bocado a mais

Faltou dinheiro...

Currículo!

                                          Procura...

 Procura...

Não há vagas.

Não há vagas...

Há vagas!

Consegui.

Um comentário:

- Vai ganhar dinheiro agora né?!

Ganhar?                                              Nem um tostão!

Nada a se ganhar.

Gastarei, é certo.

Gastarei o sapato,

A roupa,

A paciência,

O tempo...

O corpo e todas as suas células

que dia após dias nascerão e morrerão.

Gastarei a vida.

Em troca de um $alário.

Me venderei por um trocado

pra viver um bocado a mais.

Yane Cordeiro

20/20/14